Sinto-te como a minha vida, vazia.
O teu corpo à espera num imenso nada,
Despido, aguarda sentinela de pele fria,
Da noite que te deixou aqui desnudada.
Na cama desfeita encontrei a tua fraqueza,
Sem encontrar o lugar da tua palidez,
Entendo o nosso abraço de incerteza,
Sobrando em lágrimas a nossa nudez.
As mãos entrelaçam, o beijo acontece,
A raiva morde-me por me trazer no atraso,
Despimos a certeza que a nós nos apetece,
Trocamos de almas por um breve acaso.
Agora que te possuí caio em solidão,
Por não ser só o meu corpo que te quer,
Perco-me todo em juízo na tua imensidão.
Quis que te sentisses outra vez mulher,
E agora devasto-me neste breve amor,
Amando-te nas noites brancas sem te ver.
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