segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Nudez.


Sinto-te como a minha vida, vazia.

O teu corpo à espera num imenso nada,

Despido, aguarda sentinela de pele fria,

Da noite que te deixou aqui desnudada.



Na cama desfeita encontrei a tua fraqueza,

Sem encontrar o lugar da tua palidez,

Entendo o nosso abraço de incerteza,

Sobrando em lágrimas a nossa nudez.



As mãos entrelaçam, o beijo acontece,

A raiva morde-me por me trazer no atraso,

Despimos a certeza que a nós nos apetece,

Trocamos de almas por um breve acaso.



Agora que te possuí caio em solidão,

Por não ser só o meu corpo que te quer,

Perco-me todo em juízo na tua imensidão.



Quis que te sentisses outra vez mulher,

E agora devasto-me neste breve amor,

Amando-te nas noites brancas sem te ver.

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