segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sei de um lugar


Sei de um lugar no mundo
Onde as crianças já não choram,
Onde a fome e as bombas não chegam,
E na vontade dos homens se demoram,
Onde eu sou apenas um pequeno vagabundo.
Onde homens, nem donos nem senhores,
Não esmagam ideias nem calam as revoltas,
Cantadas em doces manhãs pelos trovadores
Do sol que sempre se cumpre nos dias,
Aquecendo as terras molhadas de mil odores.
Esse lugar fica perto daqui,
Na curta distância de um pequeno desejo,
Ao alcance demorado de um beijo,
Num passo que dou consentido,
Na vontade que eu sempre tenho de ti.
Sei que a noite não é o fim do dia,
E as estrelas não ficam inertes, paradas,
Cintilam e iluminam infindáveis escadas,
De degraus brancos de pedra,
Reflectindo em ti tudo aquilo que eu seria.
Não existem sombras nem falsos caminhos,
Apenas silhuetas vagas de múltiplas cores,
Paletas de ouro e prata, nas mãos de pintores,
Que nos pintam os amigos e algumas
Paisagens onde não estaremos sozinhos.

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