segunda-feira, 17 de março de 2008

Lua.


Tua luz é um brilho que vejo emprestado,
Incandescente na tua imensa solidão,
Feiticeira, mesmo passageira e ser adorado,
Em outras, sinal de quem te vê a superstição,
Quando és bem querida, Mesmo por entre nuvens escondida.
*
Altiva, luz de caminhante e marinheiro,
Viajante no tempo e no espaço segredos,
Melodia de trovador, letra de cancioneiro,
Confessam-te amores, coragens e medos,
Lágrima, mistério sofrido, Num reflexo dorido.
*
Chama inerte, pois que esse fogo não é teu,
Chamam-te nova, minguante, cheia, crescente,
Regulas marés, quando te penduras no céu,
Rogam-te preces, como por ti já morreu gente,
Sacrifícios em velhos altares, Sacerdotes sem tu mandares.
*
Eclipse onde te escondes, onde apagas teu ser,
Onde na tua silhueta, por segundos és magia,
Negra e alva de seguida, transparente de se ver,
Anciãos ou magos, egoístas roubam-te a poesia,
Ficas presa por um cordel, Chamam-te lua de papel.
*
Tens uma face, outro lado negro que não é luar,
Obscuro, oculto, incerto para o outro mundo,
Nasces no entretanto de uma luz que vai findar,
Fases em que ficas, fazes que não vês moribundo,
Ficar este mar, esta terra, Esta fome e esta guerra. *
JMC In Redenção

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