segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Maldição.


Quando a viagem chega ao limite,
Quando o recomeço aqui tropeça,
No soluço da vida que não nos admite,
A redenção que menos nos interessa,
É aquela que não choramos na partida.
*
Na revolta que desejava um regresso,
Ressurreição num corpo emprestado,
Recordamos um final que jaz inverso,
Inerte físicamente, assim infortunado,
Alma nova e clara de um prazer adverso.
*
Anátema conjugado em nos terminar,
Transparente, princípio e uma certeza,
Um só momento, curto para nos chorar,
Longo o sentimento de uma tristeza,
Maldita por nos sentir sem nos tocar.
*
A revolução é uma sombra que se apaga,
Os sentidos, ténue luz e reflexo sem olhar,
O castigo e a tortura é mão que nos afaga,
Deixando-nos sem corpo para sonhar,
Semente de um mal, princípio de praga.
*
JMC In Punição 2007

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