segunda-feira, 21 de abril de 2008

Embriaguez


Sais na noite de bar em bar,
Onde outros esvaziam conversas
Mudas de sentido; no vulgar ritual,
De escusadas promessas.
*
Da vida que não te deseja,
Mal dirás na frustração,
Acompanhada do teu sofrer,
Silenciosa...por condição.
*
E vês-te a ti num copo vazio,
Solidário, calado e transparente,
Servido nas vezes sem conta;
Vulgarizado, continuamente...
*
Sou capaz de te imaginar,
Nos passos do teu egoísmo.
De concordar no teu suicídio,
Incapaz de te indicar o abismo.
*
És cliente da influência,
Jogador de muito perder,
Adormecido no instinto, I
nsuficiente...como ser.
*
Anjos passeiam na madrugada.
Conduzidos na tua ficção.
Negros demónios embriagados,
Empenhados na tua extinção.
*
JMC In Contradição

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mundo diferente.


São dois os mundos, que por aqui são tão diferentes,
São assim dois, os lados de uma mesma moeda,
Um será primeiro, o outro não mais que um segundo,
E será mudo este segredo e serão sempre aparentes,
As diferenças entre o que aparenta e o que é profundo.
*
Criam-se algumas vidas à parte por sonho ou fantasia,
Escondem-se outras mais nas múltiplas imitações,
Habitam-se por troca, algumas vidas inexistentes,
Temporárias, sem percebermos que essa ousadia,
Nos leva ao mesmo sítio por caminhos diferentes.
*
Inventam-se vidas paralelas quando apenas uma chegava,
Seria aquela que temos e um só mundo era quase perfeito,
As pessoas sem as máscaras, ou um sorriso verdadeiro,
O mundo sem elogios artifíciais, não este que nos sobrava,
Inventado como segundo, terminando com aquele primeiro.
*
JMC In Redenção

terça-feira, 15 de abril de 2008

Dasssss

Pinto da Costa de urgência no Hospital da Luz? Dassssss é preciso ter galo!!!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Alentejo...longa seara de desejo.


Vi-te, a ti Alentejo
Sofrer como ninguém,
Das tuas searas de desejo,
Teus filhos vi Abandonar;
irmãos de minha mãe.
*
Vi-te, nos olhos a tristeza,
Teus montes de branco caiados.
Vi-te ficar só, camponesa,
Também só,
Te vi ser chorado.
*
Vi tua paisagem serena,
De planícies soalheiras.
Vi não valer a pena
Homens, sentados
Ao serão das tuas lareiras.
*
Vi-te pastor sem ceia,
Sem rebanhos para guardar,
Sem crianças, a aldeia,
Sem futuro,
Vi-te também abalar.
*
Minha terra de mel
Que o Sol sempre aquece,
Porque te amarga o fel
As entranhas,
De ti e de quem te apetece.
*
Vi-te homem sem jorna,
Moleiro sem trigo, a moer
A azenha que já não torna
Os grãos em farinha,
O forno sem pão para cozer.
*
Vi-te linda ceifeira,
Sem joio para separar,
Vi-te no chão, a peneira
E a magana da vida,
Que não te deixa mais ceifar. *
Vi-te ficar além Tejo,
Por entre barrancos de vida,
Perdi-te já não te vejo,
Nem oiço em ti,
Minha infância perdida.
*
Digo-te a saudade,
Que nunca foi adeus.
É apenas e só vontade
De para ti voltar,
E nascer, filhos meus.
*
JMC In Contradição

quarta-feira, 9 de abril de 2008

terça-feira, 8 de abril de 2008

Menos que nada.


Silhueta, vaga, perdida?
Num espaço imenso,
Sem perfil, sem sombra,
Sem dor sentida;
Que não fogo intenso.
*
Jaz na penumbra,
Algures,
Entre nada.
Vã promessa de afecto,
Sem rumo tomado,
Não é cinza nem pó;
*
É sitiado do trajecto,
Ausente do tempo danado;
É desgraça só,
Sorte agonizada.
Foi a promessa profecia,
Sem idade, sem a razão,
*
Era o olhar do futuro,
Mas não passou de heresia,
Misericórdia então,
Por quem não é puro,
Por quem?
Por todos.
*
A serpente, a maldade,
Por espelhos abençoadas,
Subiram do Inferno.
Ruíram as Santidades
Outrora encantadas,
Nunca e sempre eterno,
É o fogo,
Que arde sem lume.
*
JMC. In Contradição.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Um rebelde em ascensão ou o desleixo dos adultos?


Será que devem ser só eles os visados ou serão a parte mais fraca e neste caso a que dá mais jeito criticar?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Poetas2


São macabros e doces,
Amantes e violadores,
Mendigos inconstantes,
Pedintes e impostores,
Indolentes fulgurantes,
São a chama do fulgor,
A discutível certeza,
Insensatos na proeza,
Tolerantes sem favor.
*
São lobos e cordeiros,
Pastores sem seita,
Doentes sem maleita,
Ingénuos e matreiros,
Brisa e a tempestade,
Juizes prisioneiros,
A mentira e a verdade,
A justiça e o castigo,
Homens sem abrigo,
Vaidosos sem vaidade.
*
Desiguais na semelhança,
Ricos, vão embora pobres,
Ralé, sendo nobres,
Partilhados na esperança,
São um escuro de repente,
Ou um amor trocado,
Também clarão demente,
Um ponto ou universo,
Um frio acalorado,
Em prosa ou no verso.
*
Um riso na tristeza,
Ao chorar da alma,
São ricos na pobreza,
Enervados na calma,
Descrevem as guerras,
Os gigantes Golias,
Cantam o mar e as serras,
Adamastor e as naus,
Silêncio nas melodias,
Sofrem o fado a trinar,
Saboreiam o caos,
Sem morrer, sem matar.
*
JMC In Redenção